sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Herói da resistência

Herói da resistência

Disputado no Havaí, o Ultraman é o triatlo mais
exaustivo que existe. O carioca Alexandre Ribeiro
acaba de vencer mais um – o terceiro


Pele em cima de osso, duro como lava congelada do Havaí, onde se coroou campeão, o carioca Alexandre Ribeiro, 43 anos, é praticamente um super-homem. Com 1,80 metro de altura, 70 quilos e 9% de gordura corporal (em pessoas normais, o desejável é 20%), ele confirmou seus poderes quase sobre-humanos em 30 de novembro, ao ganhar o campeonato de triatlo mais insano do planeta, o Ultraman. Em três dias, com jornadas que começavam às 6 e iam até as 14 horas, percorreu 10 quilômetros de natação em mar aberto (em três horas e doze minutos), 421 quilômetros de bicicleta (em doze horas e 24 minutos) e 84 quilômetros de corrida (em seis horas e quinze minutos). Cansou só de ler? Pois esta é a quarta vez que Ribeiro compete e a terceira que vence a prova – na única que não ganhou, chegou em segundo. "Coisa de psicopata", como ele próprio define, com o sorriso de felicidade dos verdadeiramente obcecados. Ribeiro adora o que faz – com menos do que isso, os sacrifícios não compensariam. "O Ultraman é o apogeu da minha carreira, a perfeição de todo o meu trabalho", diz. Sendo assim, conquistar três primeiros lugares já está de bom tamanho? "Não. Ainda quero bater o recorde da prova, que são oito minutos a menos do que consegui. Vou tentar de novo, talvez já no ano que vem", antecipa.

Além das provas extenuantes, o Ultraman, realizado na Ilha de Kailua-Kona, tem outras características que o transformam em um campeonato para loucos e poucos (apenas 35 atletas). Primeiro, não dá prêmio algum – os esportistas competem pelo prazer de se superar. As provas são realizadas em temperaturas que batem nos 42 graus. Na natação, os atletas deparam com correnteza forte, águas-vivas (neste ano, três sofreram queimaduras no rosto) e golfinhos, que monitores em caiaques vão tirando do caminho – sim, muita gente sonha em nadar com golfinhos, mas definitivamente não quando está no Ultraman. No ciclismo, mais de 70% do percurso é de subidas íngremes em direção ao Parque Nacional dos Vulcões. A paisagem deslumbrante mal é registrada, em especial na posição de Alexandre: "Enquanto a maioria dos atletas sobe rampa em pé nos pedais da bicicleta, eu subo sentado. É bem menos confortável, mas desse jeito eu não sofro tanto com a barreira do vento e os músculos das coxas se desgastam muito menos". A dupla maratona é a última prova e justamente a mais exaustiva; os competidores precisam comer e tomar líquidos o tempo todo, sem parar de correr. Além de água e isotônico, como todo mundo, Alexandre toma muito café e Coca-Cola. "A cafeína dá uma injeção de ânimo", garante. O amigo corredor José Carlos Ponciano, que o acompanhou e ajudou na competição, fez a conta: nos 84 quilômetros, Ribeiro bebeu e se refrescou com 130 litros de água e consumiu dezoito latas de refrigerante, 1 litro de café quente, doze laranjas, 24 bananas e vinte pacotinhos de proteína. "Tem de ser louco para fazer o Ultraman, e o Alexandre é mais doido que os outros competidores", avalia. O segundo integrante da equipe do triatleta é seu filho mais velho, Kaillani, 11 anos, encarregado de abastecer o pai com a incrível quantidade de comida e bebida. "Cada vez que ouvia ‘Vai, papai’, eu ganhava fôlego novo", conta Alexandre. Num truque menos ortodoxo, na noite anterior à corrida, tomou três cervejas. "O álcool dá uma soltada na musculatura", explica.



Alexandre Ribeiro é perfeito para o que faz no sentido de que reúne as características físicas congênitas e a disciplina psicológica exigidas pelas provas de longa duração. A maioria de suas fibras musculares é lenta, ou seja, proporciona muita resistência e pouca explosão ao músculo. Sua capacidade aeróbica é altíssima, o que significa que os pulmões mandam oxigênio para os músculos de maneira rápida e abundante. As qualidades genéticas são sistematicamente aperfeiçoadas no forte e prolongado treinamento, que lhe rende horas e horas sozinho com seus pensamentos. Aliás, nada mirabolantes: "Planejo estratégias para as provas, como a hora em que devo acelerar, quando devo comer mais ou menos. Também penso muito nos meus problemas pessoais. Fico tentando arrumar solução para falta de dinheiro, complicações com as crianças, questões da empresa". Aos 8 anos, incentivado pelo pai, ex-marinheiro e atleta amador, ele já corria 8 quilômetros na areia da praia. "Meus amiguinhos odiavam passar o fim de semana lá em casa. Eu só queria saber de correr", conta. Aos 13, participou da primeira meia maratona (21 quilômetros); aos 15, fez duas maratonas (42 quilômetros cada uma). E aos 18 realizou seu primeiro Ironman, que é um triatlo com aproximadamente metade das distâncias do Ultraman. Desde então, acumulou trinta dessas provas no currículo, sem jamais vencer nenhuma, porque o tipo de treino que faz o torna lento demais. Como não tem patrocínio – sua equipe no Havaí em novembro era composta de Ponciano, Kaillani e só –, Alexandre intercalou os treinos com os horários de trabalho como instrutor de spinning em uma academia e dono de uma assessoria esportiva que atende 100 alunos particulares e 400 funcionários e clientes de uma empresa. Nela, conta com quatro ajudantes, mas põe ele mesmo a mão nas planilhas quando o nome da aluna é Camila Pitanga, Carolina Ferraz ou Ingrid Guimarães. "Ele comemora cada minuto a mais que consigo correr como se fosse uma vitória; me chama de queniana e manda e-mails falando para eu não desistir", elogia Ingrid.

Ágil, leve e bem coordenado, Alexandre não pára quieto e executa várias ações simultaneamente: levanta do sofá apoiado numa perna, apanha um copo de água com uma das mãos enquanto com a outra desenha no ar a figura de uma ilha, ao explicar o terreno em que fez a prova. Contrariando os mandamentos de todos os treinadores, não faz musculação nem alongamento de espécie alguma. Justifica com frases como "Não tenho tempo" e "Já viu cavalo puxar peso?", mas de fato acha que não adiantam nada. Depila o corpo todo a cada seis semanas, o que, com a ajuda da calvície, das veias saltadas, das costas curvadas por causa dos milhões de horas na bicicleta e dos olhos azuis, lhe confere uma aparência ligeiramente assemelhada com Gollum, o personagem de O Senhor dos Anéis. No momento, recupera-se dos estragos do Ultraman: está com quatro unhas dos pés por cair, bolhas em quase todos os dedos e o corpo torrado. Nos fins de semana, abre uma exceção na dieta de atleta e se permite meia garrafa de vinho, além de um hambúrguer com fritas em companhia dos filhos. Kaillani, Kaipo, 7, e Maila, 3 anos, nomes havaianos que ele aprendeu depois de tantas idas ao arquipélago, são a verdadeira prova de resistência de Alexandre. Pai separado, ele é quem cuida dos três. Os dois meninos já competem em triatlos mirins. Alexandre não tem planos – nem namorada – para dividir as tarefas paternas. "É duro agüentar o meu pique", admite.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Roteiro das bikes já está definido

Atletas do Bike Maraponga:

  • André
  • João Paulo
  • Mayco


Dias 26 a 31 de janeiro de 2009
Bikes
Dia 28 (Quarta-feira)
Local: Campo Maior (PI) - Piripiri (PI)
Largada: Praça da Cultura - 8h
Chegada: Açude do Caldeirão - 12h
Briefing Técnico
Local: Auditório do Parque Nacional de Sete Cidades
Horário Bikes: às 19h30
VeloPiocerá: às 20h30

Dia 29 (Quinta-feira)
Local: Piripiri para Piracuruca (PI)
Largada: Mirante da Santa - 8h
Chegada: Prainha do Rio Piracuruca - 11h
Briefing Técnico
Local: Auditório do Porto das Barcas
Porto das Barcas, nº 140 - Centro - Parnaíba
Horário
Bikes: às 19h
Motos: às 19h30
Carros e Quadriciclos: às 20h
VeloPiocerá: às 20h30

Dia 30 (Sexta-feira)
Local: Barra Grande para Camocim (CE)
Largada: Praça da Igreja - 8h
Chegada: Resort Boa Vista - 12h
Briefing Técnico
Local: Auditório do Centro de Convenções. Rua Visconde de Sabóia, nº 300, bairro Junco - Sobral
Horário
Bikes: às 19h
Motos: às 19h30
Carros e Quadriciclos: às 20h
VeloPiocerá: às 20h30

Dia 31 (Sábado)
Local: Itapajé (CE) para Caucaia (Praia do Cumbuco)
Largada: Posto Apollo (Petrobras) - 8h
Chegada: Praia do Cumbuco, Restaurante, Velas ao Vento - 13h
Festa de Premiação - Fortaleza
Festa Lual Beach
Local: Barraca Crocobeach. Praia do Futuro
Horário: 20h

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Armstrong volta ao Tour de France em 2009

A lenda do ciclismo, Lance Armstrong vai voltar às provas competitivas em 2009. Heptacampeão do Tour de France, ele garantiu que estará na competição


A lenda do ciclismo, Lance Armstrong, de 37 anos, vai voltar às provas competitivas em 2009. Heptacampeão da mais tradicional e famosa prova do esporte, o Tour de France, Armstrong garantiu em seu site que estará novamente na competição, com início em 4 de julho, desta vez com a equipe Astana, que conta também com outra estrela do ciclismo, Alberto Contador, também campeão do Tour, em 2007.

Está prevista ainda a participação do ciclista norte-americano no Giro D'Italia, em maio, outra grande prova do calendário mundial. Se sua presença for confirmada, esta será a primeira vez que Armstrong corre nas duas grandes provas.

Com sete títulos no Tour de France, entre 1999 e 2005, Armstrong foi diagnosticado com câncer de testículo, e iniciou uma grande luta para vencer a doença. Com tantos troféus, foi acusado de doping, porém, nunca foi comprovado o uso pelo ciclista de susbtâncias proibidas.

Armstrong fará sua preparação no centro de treinamento da equipe na Espanha e já comentou que não vai entrar em disputa com Contador, mas respeitar às ordens da equipe, já que o colega espanhol declarou que quer a liderança na equipe. Em 2008, a Astana não participou do Tour por conta da suspensão por violação das regras de doping. Ainda fazem parte do time o alemão Andreas Kloeden, o norte-americano Levi Leipheimer e o russo Yaroslav Popovych, o que coloca a equipe como uma das favoritas ao título 2009.

"Se você fica longe por três ou quatros anos, é bobagem achar que pode voltar no mesmo nível que deixou as provas, mas posso dizer que me sinto ótimo, muito motivado", disse Armstrong, que irá iniciar sua temporada com uma prova na Austrália.

Lance Armstrong disse que sua volta tem como objetivo divulgar a mensagem de sua fundação, LiveStrong, que luta pela descoberta da cura do câncer. "Estou treinando pesado e vou tentar estar o mais competitivo possível, porém, se eu conseguir competir razoavelmente bem terei conseguido passar a mensagem da fundação", disse.